quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Três décadas

Essa poesia tem uma história, minha mãe escreveu nos anos 80 e acabou perdendo uma parte, pois o papel rasgou. Ela me leu e me deu o papel dizendo que não sabia onde estava a outra parte rasgada. Resolvi então escrever a parte que faltava, o que deu origem a uma poesia feita a quatro mãos, e que demorou três décadas para ser finalizada.


Três décadas

Acordo perdido no tempo
Sozinho no quarto
Com o mundo a rodar
Meus olhos repelem a luz
Que entra devagar
Ilumina o lugar
Mas não me faz melhorar
Olha pra fora e embaço o mundo
A buscar limites no céu
Minha janela, vidro marcado
De peregrinações digitais
Desenhos provocados
Pela massa ainda vida
Esculpida sem pensar
Olho pela janela. Vejo o mundo
Num segundo
Sinto a dor e o lamento
Soltos todos no ar
Vejo a luz, energia a vibrar
Com vontade de chorar.


Tânia e Miguel Carpes

Nenhum comentário:

Postar um comentário