terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sombras

Sombras do passado
Não tem como apagar
Quanto mais luz bater
Mais nítida vai aparecer
E quando tudo se apagar
Ela não some
Apenas toma o seu lugar...

Miguel Carpes

Fênix

Em sua combustão, alcança o ápice, vira cinza, some no vento... e renasce!

Miguel Carpes

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Fogo

Tenho o fogo das novas paixões
Ardo firme, forte,
Como se fosse a primeira
Apago-me em cinzas,
Se não foi eterna
Mas volto, sempre volto
Para viver de novo
Como se fosse a ultima

Miguel Carpes

Volta

Vem, volta e me pede perdão
Vem, volta, fica em minhas mãos
Me pede perdão, chora me implora
Se rola, me enrola e diz que me quer
Pra que eu olhe nos teus olhos
E me encha de alegria...
Vem, volta realiza meu sonho
Que sonhei acordado
Através das noites
Que te tive em outros braços
Que te cheirei em outros perfumes
Vem, volta e me explica
E se complica
Que eu não vou te aceitar
E com um sorriso de ironia
Até irei relembrar
Das coisas que te disse
As quais não posso apagar
Vem, volta que eu posso ate me odiar
Mas por mais que me doa
Essa insana procura
Tu podes voltar
Mas não vai mais me encontrar...

Miguel Carpes

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Renascer

Não importa quantas dores assolem nosso peito.
Nem quantas tristezas embalem nossas noites.
O essencial é que possamos assim como o sol,
eternamente renascer.

Tânia Carpes

Desejo

Eu não preciso dizer
Teu corpo me entende
Quando se prende ao meu
E teu cheiro gruda na minha pele
Mastigo-te com fome
E te beijo o ouvido
Teu suspiro
Teu gemido
Fazem parte de mim
E na magia desses momentos
A hora vira minuto
E sei que em breve
Escuto
Teu corpo querendo mais

Miguel Carpes

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Inquieto

Era noite já, a cidade silenciava na medida do possível, nem frio nem calor, uma sensação estranha percorre a prévia da madrugada. Ele levanta da cama, seu peito o deixa inquieto, desce as escadas, seria sede? Fome? Abre a geladeira, procura dentro dela algo que não vai achar, fecha a porta. Não tem água, deve ser sede, certamente era sede, só não saberia dizer de que. Poderia ir para sacada, sentar sozinho, em pensamentos seria bom, mas a realidade ele já conhece. Porque tamanha angustia? De certo são seus medos, os medos até de seus pensamentos, nada pior do que o temor de si próprio.
Sobe as escadas, seria a janela a resposta, olha bem para o horizonte do negro céu, nunca teve tanta vontade de enxergar mais longe, pena o mundo não ser mesmo plano, talvez suas vontades então acontecessem. Será que ela mandara o recado, porque sempre que penso é pra ela que olho. Ligação antiga, lendas de avó. Não há duvidas do problema, tem até data de solução, mas enquanto isso onde escondo as sensações? Será toda noite angustia? Será que o tempo ameniza, será que eu quero que ele amenize? Será? E os medos o que são? Companheiros que não conheço, mas que estão ultimamente sempre ao meu lado, essa convivência vai fazer com que eles se apresentem? Ou apenas cutucaram meu vicio da noite? Será que agüento? Será que vou parar de repetir essa palavra: SERÁ!

Miguel Carpes

domingo, 15 de agosto de 2010

Boemia

Os mistérios das noites de boemia
Pegam-me e me levam pela mão
Há dúvidas em cada olhar
Promessas em cada sorriso...
Em meio à procura
Esconde-se
Em cada suposição
Marota e disfarçada
A solidão.

Miguel Carpes

Temporal

Te quero em meio a um temporal
De sentimentos e sensações
Que se misturam enquanto o vento
Faz seu som nas janelas
No teu colo me escondo do mundo
E enquanto brinco no teu corpo
Já não me importa mais
As roupas que o vento derrubou do varal
Enquanto a chuva bate insistente no telhado
Eu só quero ficar do teu lado
Nem lembro ou quero saber
Das negras nuvens do céu.

Miguel Carpes

Mulher

Teu corpo se mexe suado
O rosto tem olhos fechados
No olhar tem ar de mulher
Sua ânsia aos poucos acalma
Derrete e me abraça cansada
No rosto feições de menina
No cheiro perfume de mulher

Miguel Carpes

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Cicatriz

O tempo devagar cura
O corpo nada sente
Na alma uma ferida profunda
E uma cicatriz permanente

Miguel Carpes

Pra te contar

Te dirias o que penso
Ao pé do teu ouvido
Quase num sussurro
Num gemido
Te dirias em baixo som
O que a todos transpareço
Quase que em bom tom

Miguel Carpes

Amigo

Vida insana, louca
Que nunca teve um amigo
Vida solitária, carente
Não tens um parente
Para saber como é um irmão
Não sabes tu, vida cretina
Que ao levares um amigo
Levas junto contigo
Um pedaço de quem ficou...

Miguel Carpes

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Indecisão

É amor?
não sei, estás presente
nesta saudade
ou ela é você
se é amor
que punição
castiga meu ser
tempo conta horas
mas não apaga
a luz do teu olhar
tempo soma momentos
sem despedida
carrego lembranças
tempo, estação sem pouso
tempo, pouso sem coração.

Tânia Carpes

Revelação

Esqueça o meu sorriso
não lembres dos beijos
que arrebatavam a nossa paz
Finjas que não me conheces
te separa do meu abraço
foges do meu olhar.
Mintas, que não sei te amar
Censures os meus desejos
afagues minha saudade
desprezes nossa felicidade
digas que não me amas
renuncies ao meu corpo
não digas meu nome
esqueças de tudo,
fiques calado
não digas jamais,
que me chamo pecado.

Tânia Carpes

Desencontro

Lavei o cabelo,
Tirei a maquiagem,
Guardei o vestido escolhido,
Às vezes, é melhor assim,
Pois quem vai com muita
Sede ao pote
Pode quebrá-lo, ou ...
Sair com
o coração partido...

Tânia Carpes

Confissão

Foi medo
o que afastou
teu rosto de mim
sem olhar, vejo
em cada lembrança
o sorriso largado
a iluminar
nosso encontro
te sinto...
envolvido em carinho
querendo mais que
beijo
ansiando mais que
abraço
seduzida sou pela
saudade
presença constante
do meu viver.

Tânia Carpes

INSÔNIA

PERDI O DIA
NA NOITE FRIA
ROMPI AURORA
SEM LUZ SOLAR
AQUECI O PRANTO
A LUZ DE VELA
QUEIMEI SAUDADE
NO CORAÇÃO.

Tânia Carpes

07 JUNHO 94

Delírio

SONHO POUCO,
INSANO
ILUSÃO
AMARGA FANTASIA.

Tânia Carpes

Desilusão

O SONHO FOI DESFEITO
DESEJO CALADO, SEM
CONFISSÃO
ALEGRIA RETARDADA
TRISTEZA DE BRAÇOS
DADOS
COM A SOLIDÃO.

Tânia Carpes

07 JUNHO 94

Inverno

CÉU CINZA
PARECE MUDADO
SEM LUZ DOURADA
COM JEITO DE VIUVEZ
ESQUECIMENTO, INSENSATEZ
DO DESTINO
POVOAR A TERRA
DE SOLITÁRIAS
COMPANHIAS.

Tânia Carpes

20 JULHO 93

Solidão

Carinho ausente
Igual semente
Não vingou
Ficaram avenidas,
ruas
De noites claras
Lua cheia
Coração vazio.

Tânia Carpes

25 JUNHO 93

Sentimentos

Ora, que situação
Tratar de sorrisos
Ontem, hoje lembranças
Mescladas de carinho
Afeto e atenção
Retidas, sozinhas, no coração

Tânia Carpes

18 AGOSTO 89

Espera

Olhar aflito
Reflete cinza
Amanhece o dia
Rotina sentinela
Vigiando chegada
Saudade espreita.


Tânia Carpes

14 MARÇO 1994

Lembrança

Conversar contigo
Azul de paz
Olhar doce
Beijo terno
Confiança e
Sentimento
Olhar convite
Banquete de sonhos
Arquivadas emoções
Explodem no tempo
Desatinadas espalham
Intensas lembranças
Profunda saudade.

Tânia Carpes

19 AGOSTO 1993

domingo, 8 de agosto de 2010

Devoro almas

Sinto-me devorando almas
Atraindo pessoas para alimentar meu ego
Meu sofrimento e minha ilusão
Tenho devorado almas
Me vendo, me mostro
Mas desapareço na escuridão
Tenho devorado almas
E digo que não as quero
Mas acho q preciso delas...
Tenho devorado almas
Na esperança que um dia
Em breve, elas me devorem...

Miguel Carpes

Rei

E na noite fui rei
Do trono que criei
Mais mulheres tive
As tive e nem sei
Como cheiravam
Como beijavam
Pouca coisa ficou
Das noites esfumaçadas
Foram boas risadas
Das noites em que fui rei
Algumas nem lembrei
De como viravam dia
E eu sem companhia
De noite pra noite vaguei

Miguel Carpes

Real

Acho que prefiro a certeza da tristeza
Do que a medíocre ilusão da felicidade
A tristeza tem a força de uma realidade
A esperança da felicidade tem um “q” imaginário
Acho que vou preferir o outro lado
Vou ficar com as certezas que eu sinto
Há beleza também em vivenciar a dor
Ela não te faz subir, sublimar, viajar
Mas ela te prende pela carne
Te segura firme e te desperta
Ela é real.

Miguel Carpes

Poesia dupla

Essas duas poesias tem uma historia, a primeira é escrita por Carina Ceratti, uma das grandes insentivadoras disso tudo. A segunda foi a resposta ao seu poema que eu escrevi. segue em ordem:

Anjo

Nome de anjo, olhar de anjo, jeito protetor de anjo...
És tu meu anjo?
Primeiro a mão que segura e me faz ficar.
Depois voa e não me deixar ir só.
Vamos juntos entre as nuvens.
E em meio ao calor de nossos corpos adormecidos.
Meu anjo parece ter que partir.
Então vai embora deixando a certeza que preferia ficar.
Sua aparente vontade por um instante me consola.
E me faz acreditar que és tu meu anjo.
Volta e me faz rir, delirar, suspirar.
Me faz feliz, me faz especial.
Tudo ao meu redor tem seu rosto angelical.
És anjo rebelde envolvido de mistérios.
Vive ali comigo cada sublime momento.
Sem me deixar convicta de sua real presença.
Sua aureola brilha, mas não consegue traduzir
o que dentro do meu anjo pulsa.
Anjos não têm sentimento?
De fato suspiro, gemo, resmungo.
Quero teu beijo. Teu calor. Teu conforto.
Anjos tem medo do que?
Quero transcender esse obstáculo que te tira de mim.
Meu anjo, és tu?
Voa para longe e posso ver as pegadas do seu medo.
Que barreira é essa entre meu anjo?
E sua pobre mortal, devidamente apaixonada.
Apenas espera, mulher.
Porque o tempo dos anjos não é o tempo dos homens.

Carina Ceratti

Resposta:

Mortal

És anjo negro, ferido, que não mais voa
Esconde em sua divindade, dores de um mortal
Vive dos momentos que sabe, logo irão terminar
Não se permite mais o ato de levitar
Não quer mais a estadia no céu
Apenas visita por alguns momentos
Os locais por onde sempre andou
Algo nele mudou, abriu mão de suas formas celestes
E hoje anda como um simples mortal
Que como qualquer outro, não pode voar
Mas talvez, no meio da multidão
Alguém com um dom especial
Que se julga apenas normal
Talvez esse alguém tenha o dom de enxergar
As asas por trás do disfarce
E talvez por sentir e ver diferente
Por ser assim especial
Queira ver novamente vida
No anjo que talvez não viva mais naquele mortal...

Miguel Carpes

Noite

Grito mudo, escuro!
Quando a noite trás o silencio
E a solidão me entrega a realidade
Sofro quando vejo
Que ainda sinto saudade

Miguel Carpes

181 dias

Toque o céu, alcance o desejo, tu não és mais a expectadora de um sonho, és a diretora. Viva agora o que conquistaste, ande pelos novos lugares, conheça os novos lares, se misture a nova cultura. Aprenda os itinerários, transforme o novo em rotina, fique com sotaque, faça amizades. Chore em outro chão, sinta saudade. Compare o velho e o novo, transforme o novo no velho, sorria com alegria de quem pode fazer o que queria. Mande notícias, peça notícias, mande fotos, tire as fotos, para que um dia o novo vire lembrança e que através delas você possa reviver momentos. Feche os olhos em um dia de sol, sinta a brisa de outro mundo, saia na rua em um dia de chuva, passe um pouco de frio e também um pouco de calor, conheça novas praias, castelos, bares e casas. Passeie por lugares antigos, sinta a vibração que emana da história. More sozinha, pague suas contas, compre sua comida. Viva a independência e também sinta falta de ser dependente. Viva e agregue historias, espalhe também as que você já tem. Admire os outros povos, e tenha orgulho do seu. Aproveite e viva enfim o seu momento tão esperado, tão desejado e suado e lembre-se sempre dos que te esperam aqui, eles são à base dos teus sonhos, a estrutura que te permite voar e a certeza de que podes voltar. Voltar mais linda, mais vivida, mais feliz e com a certeza de que és uma privilegiada por poder realizar os seus sonhos...

Miguel Carpes

Guerras

Corpos pelo chão
Balas no espaço
Guerras sem perdão
Todos sem razão

Miguel Carpes

Explicamos então:

Esse blog foi uma idéia que surgiu para mostrar o que eu escrevo e o que minha mãe escreve. Por muito tempo escondi isso, e acho que minha mãe também, pois nunca mostrou, porem com o tempo pessoas importantes na minha vida conseguiram me convencer a mostrar isso tudo e seguindo essa idéia resolvi trazer junto comigo minha mãe que tem a obrigação de mostrar os textos que escreve. Então quero agradecer aqui a essas pessoas que incentivaram a isso e espero que o que eu e minha mãe escrevemos possa de alguma forma agradar a quem ler.
Miguel Carpes