terça-feira, 17 de agosto de 2010

Inquieto

Era noite já, a cidade silenciava na medida do possível, nem frio nem calor, uma sensação estranha percorre a prévia da madrugada. Ele levanta da cama, seu peito o deixa inquieto, desce as escadas, seria sede? Fome? Abre a geladeira, procura dentro dela algo que não vai achar, fecha a porta. Não tem água, deve ser sede, certamente era sede, só não saberia dizer de que. Poderia ir para sacada, sentar sozinho, em pensamentos seria bom, mas a realidade ele já conhece. Porque tamanha angustia? De certo são seus medos, os medos até de seus pensamentos, nada pior do que o temor de si próprio.
Sobe as escadas, seria a janela a resposta, olha bem para o horizonte do negro céu, nunca teve tanta vontade de enxergar mais longe, pena o mundo não ser mesmo plano, talvez suas vontades então acontecessem. Será que ela mandara o recado, porque sempre que penso é pra ela que olho. Ligação antiga, lendas de avó. Não há duvidas do problema, tem até data de solução, mas enquanto isso onde escondo as sensações? Será toda noite angustia? Será que o tempo ameniza, será que eu quero que ele amenize? Será? E os medos o que são? Companheiros que não conheço, mas que estão ultimamente sempre ao meu lado, essa convivência vai fazer com que eles se apresentem? Ou apenas cutucaram meu vicio da noite? Será que agüento? Será que vou parar de repetir essa palavra: SERÁ!

Miguel Carpes

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