domingo, 8 de agosto de 2010

Poesia dupla

Essas duas poesias tem uma historia, a primeira é escrita por Carina Ceratti, uma das grandes insentivadoras disso tudo. A segunda foi a resposta ao seu poema que eu escrevi. segue em ordem:

Anjo

Nome de anjo, olhar de anjo, jeito protetor de anjo...
És tu meu anjo?
Primeiro a mão que segura e me faz ficar.
Depois voa e não me deixar ir só.
Vamos juntos entre as nuvens.
E em meio ao calor de nossos corpos adormecidos.
Meu anjo parece ter que partir.
Então vai embora deixando a certeza que preferia ficar.
Sua aparente vontade por um instante me consola.
E me faz acreditar que és tu meu anjo.
Volta e me faz rir, delirar, suspirar.
Me faz feliz, me faz especial.
Tudo ao meu redor tem seu rosto angelical.
És anjo rebelde envolvido de mistérios.
Vive ali comigo cada sublime momento.
Sem me deixar convicta de sua real presença.
Sua aureola brilha, mas não consegue traduzir
o que dentro do meu anjo pulsa.
Anjos não têm sentimento?
De fato suspiro, gemo, resmungo.
Quero teu beijo. Teu calor. Teu conforto.
Anjos tem medo do que?
Quero transcender esse obstáculo que te tira de mim.
Meu anjo, és tu?
Voa para longe e posso ver as pegadas do seu medo.
Que barreira é essa entre meu anjo?
E sua pobre mortal, devidamente apaixonada.
Apenas espera, mulher.
Porque o tempo dos anjos não é o tempo dos homens.

Carina Ceratti

Resposta:

Mortal

És anjo negro, ferido, que não mais voa
Esconde em sua divindade, dores de um mortal
Vive dos momentos que sabe, logo irão terminar
Não se permite mais o ato de levitar
Não quer mais a estadia no céu
Apenas visita por alguns momentos
Os locais por onde sempre andou
Algo nele mudou, abriu mão de suas formas celestes
E hoje anda como um simples mortal
Que como qualquer outro, não pode voar
Mas talvez, no meio da multidão
Alguém com um dom especial
Que se julga apenas normal
Talvez esse alguém tenha o dom de enxergar
As asas por trás do disfarce
E talvez por sentir e ver diferente
Por ser assim especial
Queira ver novamente vida
No anjo que talvez não viva mais naquele mortal...

Miguel Carpes

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